segunda-feira, 13 de outubro de 2008

LULA VETA ADIÇÃO DE AMIDO DE MANDIOCA À FARINHA DE TRIGO

da Agencia Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou integralmente o projeto de lei que exigia a adição de amido de mandioca à farinha de trigo comprada pelo poder público. Em mensagem ao Congresso publicada na edição de hoje do "Diário Oficial da União", Lula explica que decidiu vetar a proposta porque, entre outros motivos, "haverá grande dificuldade para a comprovação da garantia de que o produto tenha a composição proposta", como alertaram os ministérios da Agricultura, da Justiça e da Fazenda.

O presidente avaliou, também, depois de ouvir representantes desses ministérios, que não seria possível para os moinhos separar lotes específicos da farinha de trigo destinados ao governo e ao mercado tradicional, para os quais o produto conteria a mistura.

A proposta da mistura (Projeto de Lei nº 22, de 2007), de autoria do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), foi aprovada em setembro pela Câmara e em outubro pelo Senado. O projeto previa isenção de PIS/Cofins para os moinhos, mas o presidente Lula argumenta que essa isenção não acrescentaria benefícios ao setor, uma vez que a farinha de trigo, "tanto em seu estado puro quanto misturada ou associada a outras matérias, já se encontra desonerada da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins."

No primeiro ano de vigência da lei, o porcentual de adição de amido de mandioca à farinha de trigo seria de 3%; no segundo ano, de 6%; e, a partir do terceiro ano, de 10%. Desde o final do ano passado, os donos de moinhos pressionavam o governo para vetar o projeto, alegando que a isenção fiscal não compensaria possíveis prejuízos.

Na mensagem publicada hoje no "Diário Oficial", o presidente Lula afirma que o projeto contraria o interesse público e que concorda com a versão dos fabricantes de que o setor seria prejudicado com a nova lei. O presidente observa, ainda, que a quantidade de farinha comprada pelo Poder Público é inexpressiva e que a adição de amido de mandioca à farinha não reduziria de forma significativa a dependência brasileira de importação de trigo.

"Como a produção será distinta quando destinada ao governo ou ao mercado tradicional, os moinhos terão que preparar lotes específicos, o que tenderá a aumentar o custo e o preço do produto, sobretudo se os volumes de compra não forem muito elevados", destaca a mensagem presidencial.

Link original: http://www.atarde.com.br/economia/noticia.jsf?id=981260

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Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente fica complicado entender esse governo.
Em um momento fala de apoio a agricultura familiar, viabiliza, instrumentos que possa melhorar a produção co crédito, ATER, ATES e outros, para melhorar o beneficiamneto investido em euipamentos e no setor da comercialização com apoio direto em feiras, centros de comercialização e outros...
Mais por outro lado, veta essa importante lei de adição do amido da mandioca na farinha de trigo.
Esse veto parece mais um apoio aos donos de moinhos de trigo ou dos importadores. Neste caso fica bem claro a força do agronegócio dentro do governo Lula e a agricultura familiar fica sempre com os favores, renegada para segundo plano.

Abraços
Jaime Conrado
Cáritas Maranhão